domingo, 18 de dezembro de 2011

Doutor Risadinha apresenta: A ONG Risonhos


Olá Turminha do Riso! Hoje quero lhes apresentar um novo grupo cearense de voluntários do Riso: ONG Risonhos. Confiram nesta excelente matéria de Angélica Feitosa, postada em 17/12/11 no O POVO, sob o título "A Palhaçada que anima a internação de meninos e meninas nos hospitais"

A estudante procura fazer pequenas diferenças em crianças internadas nos hospitais públicos infantis em Fortaleza. Ao usar como ferramentas um simples nariz de palhaço, Nayara descobre o quanto a animação das crianças modifica a vida. E ela também vira criança quando assume a missão da Palhaçoterapia.

Antes de entrar na enfermaria, o quarteto tem cautela. Da porta perguntam, em tom de cochicho, se algum dos pequenos tem medo de palhaço. Sorrisos e balançar de cabeças mostram que a resposta é negativa. Nayara Lima, 21, Larissa de Andrade, 20, Lucas Ramiro, 19, e Luana Barros, 17, estudantes transformados em seres malucos, interpretam a negação como convite e diminuem, imediatamente, a idade. Não precisam de muito esforço para arrancar gargalhadas de crianças internadas no Instituto Doutor José Frota (IJF).

Eles são pequenas parcelas da organização não governamental Risonhos, com mais de 37 palhaços não profissionais que transformam em dia o período sombrio de meninos e meninas em estadia no IJF e no Hospital Infantil Albert Sabin. Insistentes, também arrancam sorrisos de um abrigo de idosos no bairro São Gerardo. Usam como aliada a “palhaçoterapia”, que o médico norte-americano Patch Adams desenvolveu. Na filosofia de que basta um nariz de palhaço e a alegria aproxima a cura.

Nem precisam de tanto trabalho. Nayara percebeu o quanto é simples transformar o dia de crianças que tiveram a perna quebrada, que se recuperam de um traumatismo craniano, que sofreram as dores de uma queda violenta da moto. De olhinhos inchados, pernas engessadas ou arranhões em todo o corpo, meninos e meninas parecem esquecer, nem que seja por um tempo curto, de todo o sentimento ruim que atravessaram (e atravessam).

“Palhaço!”, gritavam, em coro, as crianças das enfermarias assim que viram os narizes vermelhos. Kaio, 2, urge feito um leão quando vê a entrada atrapalhada da turma. De pronto, os jovens decidem se assustar e sair do quarto. Depois de algumas tentativas, Nayara coloca: “Deixa eu tirar meu nariz que isso me torna invisível”, e o menino cai na gargalhada.

Janaína, de 7 anos, nem se importa com os curativos que carrega. “Pega eu no colo, palhaço!”, exige a garota, atendida prontamente. Quer percorrer, a todo custo, os caminhos do Mugunzá (personagem vivido por Lucas). E se encanta com a bolha de sabão. E zomba do nariz do rapaz. E acompanha o grupo em cada enfermaria aonde vai. E chora quando vão embora.

Terapia
“Toda vida é assim. Eles podem estar enfadados, tristes. Uma besteira que a gente diz faz esses meninos caírem na gargalhada”, entusiasma-se Nayara. Há quase dois anos roubando risos, a estudante diz não entender de que modo era sua vida antes dali. Ela não se acha engraçada, é séria até. Mas vira uma criança cada vez que invade as alas do hospital, basta o nariz vermelho e pontudo. Porque para acompanhar o ritmo das crianças hiperativas e que passam dias recolhidas, embora doentes, não é nada fácil. E a visita é mais revigorante, conforme a estudante, que uma dose de complexo vitamínico.

“Acabamos a visita e estamos exaustos. Apesar disso, tão felizes”, conta Nayara, ao fim da apresentação, de maquiagem borrada e molhada de suor. Mas a terapia é para a jovem também. As preocupações que a vida traz vão-se embora, correndo, quando Nayara vê a animação dos meninos. “Não sabemos o que vamos enfrentar a casa dia. O desafio é todos os dias”, ensina. 

Saiba mais
O médico Patch Adams inspirou grupos de visitas a pacientes em hospitais pelo mundo todo;
O filme Patch Adams- O amor é contagioso foi baseada na vida do médico. Dirigido por Tom Shadyac, foi gravado em 1998.

Serviço
Para participar do grupo de voluntários da ONG Risonhos, contatar Rebeca de Casto pelo telefone (85) 8858 7658. Novas turmas devem iniciar no começo de 2012. Antes de iniciar a visita os hospitais, os novos voluntários passam por capacitação e treinamento. Os requisitos é ter tempo disponível no fim de semana e muita boa vontade.

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