sábado, 21 de abril de 2012

Doutor Risadinha recomenda: cuidado com as brincadeiras fora de hora e acima da medida!!!


Pessoas risonhas, tudo bem? Trago para vocês este interessante artigo postado no Diário de Cuiabá, em 19/abril pela CHRISTIANE BATISTA que é bacharel em Direito e acadêmica de Letras na UFMT. O título da matéria é "SERIA CÔMICO, SE NÃO FOSSE TRÁGICO":

A movimentação judicial fomentada por humoristas independentes e programas humorísticos da televisão brasileira nos tribunais atualmente não tem precedentes. O riso está se transformando em prejuízo, a cada dia com mais recorrência. 

A TV Globo foi condenada a pagar danos a um técnico que apareceu na Pegadinha do Consumidor, principalmente porque o programa não utilizou os recursos para distorcer a voz ou ocultar a sua imagem.

O grupo de comédia Os Melhores Do Mundo já teve suas contas congeladas pela justiça por conta de piadas disparadas contra instituição de ensino local, num show em Aracaju.

A cantora Wanessa Camargo, em processo de danos contra Rafinha Bastos, teve seu pedido julgado procedente. No episódio, o então futuro réu disse em rede nacional, na bancada do CQC, que ‘comeria’ a mãe e o bebê, em referência às imagens da cantora grávida. E ele mesmo é autor da assertiva torpe que ‘estuprador de mulher feia merece um abraço ao invés de ir preso’, entre outras pérolas.

E para você que ainda não conhece, existe o ‘Proibidão’, um show no qual assina-se um termo declaratório anterior à entrada para evitar processos por causa das piadas.

Resta agora delimitar se vale tudo, se vale qualquer coisa, do ofensivo ao escatológico, para tentar fazer rir. A busca pela gargalhada então é a luta pelo domínio e pela atenção do público, deliberadamente “Custe o Que Custar”, o limite é só ser engraçado. Ou pensar que está sendo. No Zorra Total afirma-se que ‘a mulher feia não pode reclamar quando é assediada no trem’. Aqui, a piada é ofuscada por outros sentimentos, como repugnância ou asco.

Os mais agressivos da atualidade gostam de colocar como censura o adequado limite desejável, antes que se atinja o humor abjeto. Mesmo entre os que não querem limites, o próprio remédio é amargo. Recentemente, em gravação amadora vazada do “Agora é Tarde”, Marcelo Mansfield reage mal diante da ‘piada’ sobre sua barriga, disparada pelo colega Léo Lins, gritando, xingando e deixando o estúdio. Ficou feia a dissensão interna e diligenciou-se transfigurar para a pegadinha, sem sucesso. Lembro ainda a recente entrevista à jornalista Marília Gabriela, onde o abraçador de estupradores Rafinha Bastos chora ao falar do próprio pai. Vamos então, usando sua filosofia CQC, conceber aqui uma piada vil usando seus problemas pessoais com este senhor? Não, eu passo. Está claro nos dois casos que os brutos também amam.

A expressão do humor representa sua época. A Antiga Comédia, séculos antes de Cristo, era repleta de críticas mordazes à política e à sociedade. O humor, afinal de contas, é uma forma de arte extremamente consciente. O bobo da corte, aquele ‘funcionário’ da monarquia encarregado de entreter o rei e rainha e fazê-los rirem, muitas vezes era a única pessoa que podia criticar o rei sem correr riscos. Estou certa de que até o bobo sabia muito bem fazer isso, por amor ao próprio pescoço.

Fazer rir é mais difícil que fazer chorar. Fazer rir é fazer pensar e talvez por essa dificuldade é que ultimamente haja tanta apelação. Para fazer pensar é preciso pensar antes - e pensar bem. E para rir de uma piada é preciso entendê-la e para entendê-la, é preciso pensar. Este loop exige cultura, intelecto, saber, opinião. Provavelmente, na atual pandemia de autodesignados humoristas estas virtudes estejam minguadas. Bem como no público que aceita o que vem deles.

Fazer rir por rir, sem pensar, pode até acontecer, mas é dote natural em poucos. Dercy Gonçalves, José de Vasconcelos e Costinha, caricatos de per si, foram assim. Muitos deles, hoje, já provaram que são capazes de alcançar o sucesso sem aderir a essa forma de fazer humor a qualquer preço. Humor oportunista, preconceituoso, que se vale dos estereótipos pra fazer graça está por fora. Bom é a gente rir muito e no final do riso sobrar algo na cachola, herdar uma reflexão. Lendo Millôr, é assim:

“Não devemos resistir às tentações: elas podem não voltar” ou “Viva o Brasil, onde o ano inteiro, é primeiro de abril”.

Doutor Risadinha também destaca: SEJA UM PROFISSIONAL BEM HUMORADO


Booommm Diiiaaaa Moçada! Tudo beleza? Compartilho com vocês hoje o excelente artigo postado pelo Sidnei Oliveira, com a colaboração de Paulo Amorim e Paula Mendes, no portal Exame da editora Abril, no dia 18/abril, com o título "SEJA UM PROFISSIONAL BEM HUMORADO". Gostei muito deste artigo pelo fato de vir ao encontro de tudo que defendo em minhas palestras. Confira abaixo:
Você acha que é possível ser sério e ao mesmo tempo ter bom humor?
Durante muito tempo acreditei que não. Ao longo de minha vida, escutei muitas coisas do tipo: “Se você quer ser respeitado, tem que ser sério”, “Ser sério demonstra que você tem o controle”, “Um líder tem que ser sempre sério para demonstrar sua superioridade”, entre outras. Hoje, frases como essas soam para mim da mesma forma como aquela tradicional que diz que quando entramos em nossa empresa devemos deixar nossa vida pessoal do lado de fora e quando saímos, deixamos a vida profissional dentro da empresa.
É pura ficção.
Sem entrar em explicações muito complexas, ser bem-humorado é um estado de espírito que contagia a todos que nos cercam e nos traz um sentimento gostoso, de bem-estar, de felicidade. Pense comigo: como nos sentimos quando damos uma boa gargalhada? Tristes, preocupados? Estressados? Claro que não! Nos sentimos bem, relaxamos, abrimos espaço para mente e corpo descansarem. É um momento que, por menor que seja, nos permite recobrar energias e tomar fôlego para enfrentar qualquer desafio.
A vida é complexa, os desafios são cada vez maiores e nem sempre estaremos soltando foguetes. Tivemos e teremos momentos difíceis, o que é muito normal. Como vamos agir nesses momentos é o que importa.
Lembro-me de ter lido uma história sobre uma pessoa que tinha um semblante muito sério e por causa disso, não tinha muitos amigos e aqueles que a cercavam normalmente não interagiam com ela. Então, alguém deu a ela uma máscara que tinha um sorriso enorme e disse que se ela usasse a máscara, tudo iria mudar. E mudou. Colegas que não conversavam com ela passaram a sorrir, conversar mais, interagir mais e convidá-la para festas, reuniões e encontros. Depois de um bom tempo, ela decidiu tirar a máscara e para sua surpresa, as pessoas continuavam a sorrir, a interagir e sempre fazer questão de convidá-la para estar junto. A máscara do sorriso havia moldado seu rosto…
Adorei a história, pois mostra que, na verdade, tudo é uma questão de opção. Se praticarmos o bom humor, o pensamento positivo, a amizade e o amor, não somente moldaremos a nós mesmos, mas também aqueles que nos rodeiam.
Onde encontramos esse caminho? Bem pertinho, dentro de nós mesmos…
Paulo Amorim
“Não basta ser inteligente, é preciso também um pouco de sensibilidade”, foi o que um amigo me disse certa vez. Tudo o que somos e temos em essência é uma poderosa arma para o sucesso, qualquer que seja – profissional, pessoal, acadêmico. Até mesmo o (bom) humor!
Nos dias de hoje, em que os relacionamentos norteiam a vida de qualquer ser humano, manter a postura no ambiente de trabalho já não significa mais ser inacessível.
É sabido que produzimos melhor quando somos cercados de pessoas que nos provocam constante reflexão, e um profissional carrancudo, fechado em um quadrado imaginário 2 x 2, só atrairá profissionais desgostosos e distantes.
Não há como extrair desse cenário uma equipe entrosada, em busca de um resultado comum.
Paula Mendes
No mundo corporativo, justificamos qualquer manifestação de mau-humor como resultado de insucessos, mas esquecemos de mostrar o bom humor quando o sucesso acontece. Parece que não podemos celebrar. É como se pudesse colocar tudo a perder ao menor sinal de sorriso. Por ironia, em um mundo cada vez mais tecnológico, uma das coisas que mais vemos são câmeras com placas dizendo: “Sorria, você está sendo filmado”.
Seria ótimo se pudéssemos ser racionais com nosso humor, assim usaríamos todas as suas classificações somente nas horas mais apropriadas. Contudo, não temos o poder de controlar todos os nossos sentimentos, qualquer tentativa é facilmente identificada como falsidade.
Um bom caminho é adotar a estratégia de fazer as coisas com um bom humor, transformando suas atitudes em momentos de leveza e alegria, mas isso é difícil e raro. É uma qualidade que somente se encontra no bom profissional.