segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Doutor Risadinha pergunta: O Dinheiro traz Felicidade?


Olá Pessoas Risonhas, tudo bem? Como foi o final de semana? O meu foi excelente e desejo que o de vocês também tenha sido. E para começar bem a semana, além de divulgar o 2º Dia do Nariz Vermelho, gostaria de compartilhar com vocês a matéria elaborada pela Mafalda de Avelar que foi veiculada ontem (30/10) na seção Vida do site do Económico de Portugal sob o título "O Dinheiro dá Felicidade?". Acompanhem a matéria na íntegra, logo abaixo:

Estudos científicos mostram que o ser humano tem cada vez mais poder no cálculo da sua felicidade. Num momento de crise, vale a pena pensar nisso... 

Existem três grandes pontos de interrogação quando se fala de felicidade. Em primeiro lugar: que percentagem da nossa propensão para sermos felizes é que depende do nosso ADN? Esta resposta é vital. Os mais optimistas, referem-se a ela, quando a sabem elevada, de sorriso na cara. Os mais "depressivos" encontram nela, muitas vezes, uma óptima desculpa para não saírem de uma depressão, ou para não encararem a vida de frente e agirem sobre a mesma. Mas afinal o que dizem os estudos? Segundo a investigadora russa Sonja Lyubomirsky, 50% da propensão para ser feliz está no seu ADN, ou seja depende da genética; 10% estão relacionados com as circunstâncias da vida tais como "um divórcio", "um luto" ou "uma situação de desemprego" e os restantes 40% estão nas suas mãos. Numa perspectiva optimista, 40% da sua propensão para ser feliz depende da forma como lida com os problemas, como dá a volta por cima e como encara "o que acontece". Satisfeito? Devia estar. 

Mas vai ficar ainda mais ‘happy' com os últimos resultados que saíram esta semana noticiados na revista "The Economist". De acordo com o estudo "Genes, Economia e Felicidade", realizado por um grupo de cientistas da Universidade College,da Harvard Medical School, da Universidade de San Diego e de Zurique, "1/3 da variação do nível de felicidade dos indivíduos é hereditário". 

Curiosamente, à medida que as investigações nesta área, que envolvem estudos a gémeos, aumentam a nossa atitude ganha mais valor nesta equação de vida que tem como resultado a tão desejada felicidade. Como refere Sonja Lyubomirsky, no seu livro "Como Ser Feliz", 40% da nossa felicidade é determinada unicamente pelos nossos actos, e não por factores ambientais ou genéticos. Para a especialista em Psicologia Positiva, formada em Harvard e em Stanford, é por isso possível desenvolver "estratégias práticas para se aproximar cada vez mais daquilo que constitui a felicidade". 

E como se lê na "Psychology Today", "40% da nossa alegria está sob o nosso controle, o que poderá convencer até os mais determinados fatalistas que a felicidade é ao mesmo tempo uma escolha e um esforço".

Mas afinal o que é a felicidade?
Nada é mais subjectivo. "O que é para mim pode não ser para ti!", referiu de imediato uma colega do Outlook quando em reunião discutíamos o tema. Mas as discordâncias não ficaram por aqui: "não digas isso!", exclamou a mesma colega a propósito da relação entre felicidade e dinheiro e sobre uma polémica afirmação "ter dinheiro não é sinónimo de felicidade". A conversa subiu de tom e as dúvidas permaneceram. Nada melhor para iniciar uma viagem pelo mundo da investigação da felicidade e da psicologia positiva. Um universo que não deixa ninguém indiferente e que tem muitos apaixonados. Helena Águeda Marujo é uma das referências nacionais, senão a maior, que não esconde o brilho do olhar quando fala deste tema e quando responde que a felicidade é hoje uma variável mensurável. "A felicidade tem sido uma das preocupações dos inves­tigadores na última década e isto transformou a felicidade num movimento em que a psicologia positiva passou a ser uma tendência dentro da psicolo­gia geral". Hoje, essa mesma corrente alargou-se a outras ciências sociais com a preocupação de não estudarmos apenas os problemas das pessoas, mas o lado bom.

Sobre o facto de ser uma variável subjectiva, Marujo responde que essa "era uma das preocupações do mundo académico e possivelmente uma das razões porque não era estudada".
No entanto, e nos últimos anos, são largas as centenas de equipas de investigação que ajudam a validar cientificamente o que as pessoas sentem. Por exemplo, uma das maneiras de medir felicidade e isto do ponto de vista científico é considerá-la como sinónimo de bem-estar, o que inclui um elemento cognitivo e outro afectivo. "Tendo tudo em consideração, quão satisfeito está com a sua vida neste momento?" É uma das questões que se coloca. Em termos afectivos, entramos no campo das emoções positivas e negativas. Nesse relvado, as conclusões são surpreendentes. Em linguagem corrente: para cada notícia negativa que recebemos, temos que arranjar três positivas para "equilibrar" o barco das emoções. A relação aumenta de um para cinco quando toca à relação de um casal. Discutiu hoje com a sua cara metade? Então já sabe vai ter que despertar cinco emoções positivas para voltar a ter harmonia.

O dinheiro dá felicidade?
Uma coisa é certa: são muitos os factores que determinam se somos felizes e logicamente que, à partida, uma pessoa com emprego é mais feliz do que uma que vive o drama do desemprego; que uma pessoa que tem o frigorífico cheio é mais feliz do que uma que luta para dar um copo de leite aos filhos. Mas essa relação não é linear e tão pouco crescente como mostram os estudos.

Respondendo à questão, Vasco Gaspar, psicólogo e consultor de Felicidade, diz que "Ben Shahar aponta que em 1957, 52% dos britânicos diziam ser muito felizes enquanto em 2005 apenas 36% o declararam. No mesmo período, os índices de riqueza triplicaram", o que mostra que a riqueza não caminhou de mãos dadas com a felicidade. Mais ainda: as taxas de depressão nos EUA são 10 vezes maiores do que nos anos 60.

Muita estatística, sabedoria popular, hoje, com provas científicas e o florescimento de um paradigma que tem por base a felicidade, que aumenta a produtividade, o PIB, a riqueza das nações e até a vida. Vivemos tempos em que o "T" de Ter, começa a dar lugar ao "S" de Ser.

O que podemos fazer para sermos mais felizes?
Já sorriu hoje? Já deu uma gargalhada? Ontem, antes de adormecer, pensou nas coisas boas que lhe aconteceram durante o dia? Possivelmente vai pensar "eu tenho lá coisas boas!" e "vou rir-me de quê?". Se é esse o seu registo, mude de atitude. Estudos científicos mostram que podemos "treinar" o cérebro para sermos mais felizes. É fácil e prolonga a longevidade.

Segundo o último grande estudo sobre o tema, da autoria de Martin Seligman, "pai" da Psicologia Positiva e autor de "Flourish", são cinco os elementos que nos podem ajudar a sermos mais felizes.

Em primeiro lugar, precisamos de emoções positivas. Não há vidas felizes sem a parte hedónica da existência. O prazer, a experiência emocional do riso, do amor, da curiosidade para aprender coisas novas, a gratidão... tudo isso são experiências emocionais vitais. Mas isso não chega. Temos que desenvolver o segundo elemento, o criar relações positivas. Todos os estudos de felicidade apontam para o mesmo facto: "não existe felicidade sem relações positivas". As pessoas para serem felizes, precisam de ter com quem contar. Mais: este elemento é tão relevante que a experiência relacional aparece à cabeça da maioria dos estudos como "o que as pessoas consideram mais importante para serem felizes". Procurar uma vida comprometida é o terceiro elemento. "Precisamos de ter áreas na nossa existência em que podemos fluir." Por exemplo: foi despromovido? Em vez de baixar a cabeça, procure uma actividade, nem que seja lúdica, que o anime. Como refere Helena Marujo, especialista em Psicologia Positiva, "precisamos de entusiasmo e de colocar aquilo que fazemos melhor em prática numa qualquer área da nossa vida".

O quarto elemento surge como consequência do terceiro. Precisamos de procurar realizações, de ter sucessos. Precisamos de estabelecer metas porque quando conseguimos alcançá-las isso também nos dá felicidade. Por último, precisamos de ter uma vida com sentido. O que os estudos mostram é que tudo aquilo que são vidas viradas para o sucesso individual ou para o próprio umbigo" não têm propósito. Esse sentido pode ser mais fácil para os crentes. Mas não só. Isto porque podem existir níveis de espiritualidade em qualquer experiência humana.

Para terminar: Não se compare com os outros. Esse é, cientificamente, um dos ‘handicaps' para ser feliz. E imagine coisas boas para se defender. Está provado que o peso de um sonho bom é maior do que os quilos de um passado mau.

Doutor Risadinha divulga o 2° Dia do Nariz Vermelho em 6 de novembro!

Pessoal, tudo bem? Está chegando o 2° Dia do Nariz Vermelho. Será em 06/novembro às 10hs no Memorial da América Latina – Teatro Simon Bolivar – Av. Auro Soares de Moura Andrade, 644 – portão 15 – entrada gratuita. Vamos para lá dar muitas e boas gargalhadas e quem sabe até superar o recorde de 15 minutos de gargalhadas que 500 palhaços da América Central e do Norte conquistaram no congresso realizado neste mês na cidade do México. Confiram no link
http://www.youtube.com/watch?v=nphq7TismCs