Pessoas risonhas, olhem que artigo interessante foi publicado em 20/jun/2015 pela Carolina Santos no site português Observador, sob o título "É uma pessoa de riso fácil? A culpa pode ser dos seus pais". Ela começa destacando Se rir não fizesse bem, não haveria risoterapia. Mas nem todas as pessoas têm a mesma facilidade em dar gargalhadas, e a culpa é dos genes que herdaram. E continua:
Há pessoas que parecem ter um sorriso à flor dos lábios e adoram rir
descontroladamente, e há aquelas bem mais contidas a quem é quase preciso
arrancar um sorriso a ferros. Agora, e segundo o que a ciência apurou, umas e
outras podem culpar os seus genes.
Publicado na revista Emotion, o estudo resultou de uma junção de
esforços entre a Universidade de Northwestern e a Universidade da
Califórnia-Berkeley. Os investigadores concluíram que aqueles que tinham uma maior
predisposição para sentir emoções negativas tinham também mais probabilidades
de sentir da mesma forma as positivas.
Ou seja: caso tenha esta predisposição, uma discussão com um amigo ou
com o seu parceiro pode deixá-lo de rastos, mas o mesmo se aplica a momentos de
felicidade — irá sentir-se muito mais feliz e recompensado.
Segundo a Fusion, para medir as diferentes reações emocionais, os
investigadores juntaram um grupo de pessoas e fizeram-nas olhar para coisas
engraçadas. Na primeira experiência, coube a jovens adultos olharem para
cartoons do Far Side e da New Yorker. Numa segunda experiência, juntaram
pessoas de várias idades para ver excertos “ligeiramente engraçados” de um
filme. E na terceira experiência, fizeram com que casais de meia-idade e idosos
falassem sobre um desentendimento que tiveram ao longo das suas relações.
Os autores do estudo filmaram os participantes e usaram um software
para codificar as suas expressões faciais — com especial incidência nas
manifestações de riso. E porque é fácil fingir um sorriso, foi feito um esforço
especial para desvendar os verdadeiramente genuínos dos amarelos, e para
assinalar quando os participantes sorriam com os olhos.
O passo seguinte passou por recolher amostras de saliva dos
participantes de forma a estudar os alelos do gene 5-HTTLPR, que transporta a
serotonina e tem um papel fundamental nas emoções, distúrbios de humor e outras
doenças psiquiátricas. Todas as pessoas têm dois alelos, um de cada progenitor
(um da mãe e outro do pai), sendo que o que se expressa é o dominante e o que
está mascarado é o recessivo.
No caso do gene 5-HTTLPR, os investigadores consideraram duas
variantes: alelos curtos e alelos longos. Estudos feitos anteriormente
mostraram que os alelos curtos estão ligados a “resultados negativos” e
distúrbios tais como a depressão, a ansiedade e o abuso de substâncias. No
entanto, os investigadores descobriram que os participantes com predominância
de alelos curtos também sorriem e riem mais.
De acordo com Claudia Haase, professora assistente de desenvolvimento
humano e política social na Universidade de Northwestern e co-autora do estudo,
os resultados “fornecem uma imagem mais completa da vida emocional das pessoas
com alelos curtos”, acrescentando que “as pessoas com estes alelos podem dar-se
muito bem num ambiente positivo e sofrer num ambiente negativo, já as pessoas
com alelos longos são menos sensíveis às condições que as rodeiam”.
Se faz parte do grupo de pessoas que ri a bom rir, não se preocupe com
o tamanho dos alelos que tem, até porque rir ainda é o melhor remédio.
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