Bom dia Pessoal, tudo bem com vocês? Desejo que estejam aproveitando ao
máximo este feriadão de 12 de outubro, lembrando que além de celebrarmos o
nosso dia (Dia da Criança), também celebramos o dia de nossa Mãe Padroeira
(Nossa Senhora). Celebração dupla, heim! Leegaaalll!
Hoje compartilho com vocês uma matéria muito interessante divulgada
pelo BBC e publicada ontem na seção Bem Estar do Portal G1, com o título: 'Lesão cerebral provocada por espancamento
brutal me deixou com risada patológica', contando o caso de Paul Pugh ficou
em coma por mais de dois meses e, durante a recuperação, começou a ter ataques
de riso sem sentido: ''achavam que eu queria chamar a atenção'. Confiram a
matéria abaixo:
'A vida tem sido uma luta para mim', diz
Pugh (Foto: Headway)
Era a reunião mais difícil de sua vida. Paul Pugh estava sendo
informado sobre como seria seu futuro após uma lesão cerebral. E riu durante
todo o encontro, apesar de ter a sensação de estar chorando. Esse riso, mais
tarde, seria explicado: ele acabou diagnosticado com risada patológica.
Tudo começou em 2007, quando Pugh, hoje com 37 anos, aproveitava uma
noitada com seus companheiros de time, Cwmaman Football Club, e foi vítima alvo
de um ataque inesperado.
Ao sair de um pub em Carmarthenshire, sua cidade natal, no País de
Gales, ele foi abordado por quatro homens desconhecidos, que começaram a
espancá-lo e chutá-lo repetidas vezes.
Pugh sofreu traumatismo craniano e ficou em coma por mais de dois
meses. Um coágulo de 10 cm x 4 cm se formou em seu cérebro, deixando algumas
sequelas, como dificuldade de fala, fadiga crônica e dificuldade de mobilidade,
que o levou à cadeira de rodas.
"Eu tive de aprender a caminhar e conversar novamente e aceitar o
fato de que nunca me recuperarei completamente", diz. "A vida tem
sido uma luta para mim e minha família, mas estamos batalhando", completa.
Pugh passou 13 meses no hospital -- por volta do quarto, teve seu
primeiro ataque de riso.
"Era uma reunião séria com meu especialista, meu fisioterapeuta e
minha família para discutir como seria minha vida e meu futuro", recorda. "Quando
eles começaram a falar sobre mim, fiquei assustado e isso desencadeou algo no
meu cérebro: eu ri durante toda a reunião."
"Na verdade, eu estava chorando copiosamente, mas externamente
saiu como riso."
'A vida tem sido uma luta para mim', diz Pugh
Ceticismo
A princípio, ninguém entendeu seu comportamento. Até a família achou
que ele estivesse "fazendo cena em público, que queria chamar a
atenção".
Passaram-se vários anos até que os ataques de riso de Pugh fossem
diagnosticados como risada patológica, ou doença pseudobulbar (conhecida como
PBA, na sigla em inglês, ou incontinência emocional).
A condição aparece quando há uma desconexão entre o lobo frontal do
cérebro, que mantém as emoções sob controle, e o cerebelo e tronco cerebral,
que regulam a expressão da emoção. Trata-se de uma verdadeira linha cruzada.
A PBA pode afetar pacientes com determinadas condições ou lesões
neurológicas, como acidente vascular cerebral, esclerose múltipla ou Alzheimer.
"O termo se refere à expressão descontrolada da emoção que é
desproporcional ou inapropriada ao contexto social, e pode ser inconsistente
com o que a pessoa realmente está sentindo", explica Andy Tyerman,
neuropsicólogo clínico da Headway, instituição voltada para reabilitação após
lesões cerebrais.
"A pessoa também pode parecer muito aflita em relação a algo que
antes seria pouco perturbador", completa.
No caso de Pugh, ele riu quando
pensou que estava chorando. "Eu sei quando estou rindo ou chorando,
mas outras pessoas não", diz. "Alguns ficam aborrecidos e reagem
sendo sarcásticos comigo, ou até mesmo com agressividade, e tentam ferir meus
sentimentos porque acham que estou rindo deles", conta.
"É incrível o quão
importante a risada é. Você nunca pensa nisso, mas ela tem um efeito muito
poderoso, compartilhar uma piada com alguém é algo especial."
Cuidados
Pugh conta que sua família é muito compreensiva. Sua mãe virou sua
cuidadora em tempo integral, auxiliando na questão da mobilidade. Seu pai, de
72 anos, ainda trabalha, e seus irmãos - Simon e Matthew - também o ajudaram na
última década.
Ele diz que o diagnóstico o "atingiu em cheio" e que às vezes
atrai atenção indesejada, mas que agora consegue sentir quando um episódio de
riso patológico é iminente. "Eu sinto uma risada chegando alguns segundos
antes - às vezes consigo controlar, mas tem vezes que o som sai. A risada não
dura muito, um minuto no máximo, mas pode causar muitos problemas se as pessoas
não entenderem."
Pugh desenvolveu seu próprio método para evitar uma crise -
"pensando em algo ou alguém ruim, mas sem sentimento" - e estima
conseguir controlar nove entre cada dez ataques de riso.
Os últimos dez anos têm sido "extremamente duros", conta. Ele
teve de abrir mão do trabalho como eletricista e agora passa seu tempo em
terapias ou visitas à instituição Headway, que lhe deu "uma perspectiva
sobre como é estar com pessoas com lesões cerebrais" e mostrou que ele não
estava sozinho. "Desde o incidente, encontramos as pessoas mais incríveis
do mundo, todas querendo me ajudar", diz.
"Por outro lado, me sinto como se estivesse sob prisão domiciliar
porque a lesão afetou minha mobilidade e equilíbrio, preciso de ajuda sempre
que saio de casa", acrescenta.
Contra a violência
Em 2014, Pugh deu início à Paul's Pledge, uma campanha para educar as
pessoas sobre a violência incitada pelo álcool, que também tem a participação
da polícia local.
Pugh faz visitas a escolas, faculdades e clubes juvenis e, segundo ele,
a resposta tem sido "absolutamente fantástica" -- "eles podem
ver que é real, e não teatral".
"Esta é a minha vida agora - eu superei o que aconteceu",
conta ele. "Há muitas coisas que eu não posso fazer - mas esta (campanha)
eu posso. Eu acho que ela passa uma mensagem poderosa para o mundo. Eu não
quero ver ninguém na situação em que eu e minha família ficamos."
Os quatro homens responsáveis pelo ataque a Pugh foram condenados com
penas de nove meses a quatro anos de prisão. "Aquele que me chutou com
toda a força na cabeça, e quase me matou, foi solto. E quanto a mim? Dez anos
depois, ainda estou cumprindo minha sentença", conclui.
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