Olá Turminha do Riso! Hoje quero lhes apresentar um novo grupo cearense de voluntários do Riso: ONG Risonhos. Confiram nesta excelente matéria de Angélica Feitosa, postada em 17/12/11 no O POVO, sob o título "A Palhaçada que anima a internação de meninos e meninas nos hospitais".
A estudante procura fazer pequenas diferenças em crianças internadas nos hospitais públicos infantis em Fortaleza. Ao usar como ferramentas um simples nariz de palhaço, Nayara descobre o quanto a animação das crianças modifica a vida. E ela também vira criança quando assume a missão da Palhaçoterapia.
Antes
de entrar na enfermaria, o quarteto tem cautela. Da porta perguntam, em tom de
cochicho, se algum dos pequenos tem medo de palhaço. Sorrisos e balançar de
cabeças mostram que a resposta é negativa. Nayara Lima, 21, Larissa de Andrade,
20, Lucas Ramiro, 19, e Luana Barros, 17, estudantes transformados em seres
malucos, interpretam a negação como convite e diminuem, imediatamente, a idade.
Não precisam de muito esforço para arrancar gargalhadas de crianças internadas
no Instituto Doutor José Frota (IJF).
Eles
são pequenas parcelas da organização não governamental Risonhos, com mais de 37
palhaços não profissionais que transformam em dia o período sombrio de meninos
e meninas em estadia no IJF e no Hospital Infantil Albert
Sabin. Insistentes, também arrancam sorrisos de um abrigo de idosos no bairro
São Gerardo. Usam como aliada a “palhaçoterapia”, que o médico norte-americano
Patch Adams desenvolveu. Na filosofia de que basta um nariz de palhaço e a
alegria aproxima a cura.
Nem precisam de tanto trabalho. Nayara percebeu o quanto é simples transformar o dia de crianças que tiveram a perna quebrada, que se recuperam de um traumatismo craniano, que sofreram as dores de uma queda violenta da moto. De olhinhos inchados, pernas engessadas ou arranhões em todo o corpo, meninos e meninas parecem esquecer, nem que seja por um tempo curto, de todo o sentimento ruim que atravessaram (e atravessam).
“Palhaço!”,
gritavam, em coro, as crianças das enfermarias assim que viram os narizes vermelhos.
Kaio, 2, urge feito um leão quando vê a entrada atrapalhada da turma. De
pronto, os jovens decidem se assustar e sair do quarto. Depois de algumas
tentativas, Nayara coloca: “Deixa eu tirar meu nariz que isso me torna
invisível”, e o menino cai na gargalhada.
Janaína,
de 7 anos, nem se importa com os curativos que carrega. “Pega eu no colo,
palhaço!”, exige a garota, atendida prontamente. Quer percorrer, a todo custo,
os caminhos do Mugunzá (personagem vivido por Lucas). E se
encanta com a bolha de sabão. E zomba do nariz do rapaz. E acompanha o grupo em
cada enfermaria aonde vai. E chora quando vão embora.
Terapia
“Toda
vida é assim. Eles podem estar enfadados, tristes. Uma besteira que a gente diz
faz esses meninos caírem na gargalhada”, entusiasma-se Nayara. Há quase dois
anos roubando risos, a estudante diz não entender de que modo era sua vida
antes dali. Ela não se acha engraçada, é séria até. Mas vira uma criança cada
vez que invade as alas do hospital, basta o nariz vermelho e pontudo. Porque
para acompanhar o ritmo das crianças hiperativas e que passam dias recolhidas,
embora doentes, não é nada fácil. E a visita é mais revigorante, conforme a
estudante, que uma dose de complexo vitamínico.
“Acabamos
a visita e estamos exaustos. Apesar disso, tão felizes”, conta Nayara, ao fim
da apresentação, de maquiagem borrada e molhada de suor. Mas a terapia é para a
jovem também. As preocupações que a vida traz vão-se embora, correndo, quando
Nayara vê a animação dos meninos. “Não sabemos o que vamos enfrentar a casa
dia. O desafio é todos os dias”, ensina.
Saiba
mais
O
médico Patch
Adams inspirou grupos de visitas a pacientes em hospitais pelo mundo todo;
O
filme Patch
Adams- O amor é contagioso foi baseada na vida do médico. Dirigido por Tom
Shadyac, foi gravado em 1998.
Serviço
Para
participar do grupo de voluntários da ONG Risonhos, contatar Rebeca de Casto
pelo telefone (85) 8858 7658. Novas turmas devem iniciar no começo de 2012.
Antes de iniciar a visita os hospitais, os novos voluntários passam por
capacitação e treinamento. Os requisitos é ter tempo disponível no fim de
semana e muita boa vontade.