Pessoal, em comemoração ao mês de Novembro, quando celebramos o Dia Nacional do Riso, gostaria de compartilhar com vocês uma super interessante carta que recebi do nosso amigão Raimundo Chaves, tratando de um texto escrito por Antoine de Saint Exupery, autor do Pequeno Príncipe, e retirado do site www.momento.com.br, sob o título "Uma vida, duas vidas, um sorriso":
Foi durante a guerra civil na Espanha. Antoine de Saint Exupery, o autor
do Pequeno Príncipe, foi lutar ao lado dos espanhóis que preservavam a
democracia. Certa feita, caiu nas mãos dos adversários. Foi preso e condenado à
morte.
Na noite que precedia a sua execução, conta ele que foi despido de todos
os seus haveres e jogado em uma cela miserável. O guarda era muito jovem. Mas
era um jovem que, por certo, já assassinara a muitos. Parecia não ter
sentimentos. O semblante era frio. Vigilante, ali estava e tinha ordens para
atirar para matar, em caso de fuga.
Exupery tentou uma conversa com o guarda, altas horas da madrugada.
Afinal, eram suas últimas horas na face da terra. De início, foi inútil.
Contudo, quando o guarda se voltou para ele, ele sorriu. Era um sorriso que
misturava pavor e ansiedade. Mas um sorriso. Sorriu e perguntou de forma
tímida:
- Você é pai? A resposta foi dada com um movimento de cabeça, afirmativo.
Eu também, falou o prisioneiro. Só que há uma enorme diferença entre nós
dois. Amanhã, a esta hora eu terei sido assassinado. Você voltará para casa e
vai abraçar seus filhos. Meus filhos não têm culpa da minha imprevidência. E,
no entanto, não mais os abraçarei no corpo físico. Quando o dia amanhecer, eu
morrerei.
Na hora em que você for abraçar o seu filho, fale-lhe de amor. Diga a
ele: "amo você. Você é a razão da minha vida." Você é guarda. Você
está ganhando dinheiro para manter a sua família, não é?
O guarda continuava parado, imóvel. Parecia um cadáver que respirava. O
prisioneiro concluiu: então, leve a mensagem que eu não poderei dar ao meu
filho. As lágrimas jorraram dos olhos. Ele notou que o guarda também chorava.
Parecia ter despertado do seu torpor. Não disse uma única palavra.
Tomou da chave mestra e abriu o cadeado externo. Com uma outra chave
abriu a lingüeta. Fez correr o metal enferrujado, abriu a porta da cela,
deu-lhe um sinal. O condenado à morte saiu apressado, depois correu, saindo da
fortaleza. O jovem soldado lhe apontou a direção das montanhas para que ele
fugisse, deu-lhe as costas e voltou para dentro.
O carcereiro deu-lhe a vida e com certeza foi condenado por ter
permitido que um prisioneiro fugisse. Antoine de Saint Exupery retornou à
França e escreveu uma página inesquecível:
Uma vida, duas vidas, um sorriso
Tantas
vezes podemos sorrir
e
apresentamos a face fechada, indiferente
Entretanto,
as vozes da imortalidade cantam. Deus canta em todo o universo
a glória do
amor.
Sejamos nós
aqueles que cantemos
a doce
melodia do amor,
em todo
lugar, nos corações.
Hoje mais
do que ontem,
agora mais
do que na véspera
quebremos todos os
impedimentos para amar.
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