Pois é pessoal risonho! Rir é bom, mas tome alguns cuidados para não .....
Nas últimas décadas, o riso foi promovido como uma possível cura para
muitos males, incluindo câncer e problemas de coração. Todo mundo já ouviu a
frase “rir é o melhor remédio”. Mas a alegria também pode ser mortal, fazendo
com que a frase “Eu quase morri de rir” não seja tanto uma hipérbole, mas sim
uma possibilidade real, que até tem um termo específico, chamado de “hilaridade fatal”, que é usado desde 1956
para caracterizar um raro tipo de morte, que usualmente ocorre por parada
cardíaca ou asfixia, decorrentes de uma crise de risos.
Há ao menos o registro de 10 casos, que lhes apresento abaixo, constatados
desde a Grécia Antiga até os dias de hoje:
1. O mais antigo que se tem
notícia envolve Zeuxis, um pintor grego que viveu no século 5 a.C. Reza a
lenda que ele morreu rindo enquanto fazia um quadro de Afrodite, deusa grega do
amor. Tudo por conta da audácia da mulher que encomendou a obra. A proposta
feita era de fato um tanto pretensiosa: posar ela própria para o artista e
inspirar sua representação da divindade. Sem acreditar no que estava ouvindo,
Zeuxis riu por minutos sem parar – e morreu com o trabalho inacabado por falta
de ar;
2. O filósofo grego Chrysippyus
de Solis teria morrido em 208 a.C. (século 3.a.C.), onde a cultura popular
mostra que ele morreu depois de dar vinho ao seu burro e vê-lo se alimentando
de figos. Diógenes Laércio, biógrafo dos filósofos gregos, diz que duas
possibilidades são conhecidas para a morte de Crísipo, como era conhecido. Na
primeira, ele teria sido visto com tonturas após beber vinho não diluído em uma
festa e morreu logo após isso. Mas na segunda, ele estaria olhando um burro
comendo alguns figos e gritou: “Agora dê ao burro vinho puro para limpar os
figos”, e então morreu com uma risada;
3. Em 1410, o português Rei
Martin I de Aragão faleceu após um riso incontrolável combinando com uma
indigestão, culpa da mistura entre uma refeição que não caiu muito bem e uma
crise de riso incontrolável;
4. Em 1556, Pietro Aretino
(Arezzo, Itália, 20/04/1492 - Veneza, Itália, 21/10/1556), escritor, poeta e
dramaturgo italiano, autor de "Diálogo das Prostitutas" e do
livro "Sonetos Luxuriosos", conhecido no seu tempo pelo nome de
"secretário do mundo". Reza a lenda que ele morreu sufocado após rir
sem parar;
5. A morte do rei birmanês
Nandabayin, em 1599, aconteceu devido ao fato dele “rir até a morte quando
informado por um comerciante italiano visitante que Veneza era um estado livre
sem um rei”;
6. Em 1660, o intelectual escocês
Thomas Urquhart, morreu de hilaridade fatal, pois foi incapaz de resistir à
piada mais engraçada que ouviu na vida, fazendo jus ao refinado senso de humor
britânico: Carlos II tinha sido eleito o novo rei da Inglaterra;
7. Em 1837, Maria Anne Fitzherbert,
nascida Smythe, no Reino Unido (26 de julho de 1756 - 27 de março de 1837 -
a primeira mulher com quem o futuro Jorge IV casou-se, no entanto, o casamento
era inválido sob as leis civis inglesas, e ela não tornou-se rainha e nem
adquiriu qualquer outro título). Reza a lenda que ela sofreu de ataque de
alegria enquanto participava de uma apresentação de ópera do mendigo. Quando
Charles Bannister apareceu em cena como Peachum, ela explodiu em uma risada
incontrolável e tão alta que acabou sendo expulsa do teatro. Dizem que ela riu de forma contínua durante
toda a noite e no dia seguinte ela morreu no início da manhã;
8. Durante a Guerra Civil de
1936-39, dizem que Muñoz Seca, famoso humorista espanhol, foi condenado à
morte por ter zombado dos comunistas; e que, antes de ser fuzilado, teve
ocasião de fazer uma declaração solene: - “Podeis tirar-me a fortuna, podeis
tirar-me a honra, podeis tirar-me a vida! Mas há uma coisa que não podereis
tirar-me: o medo que tenho de vós!”, segundo relata Hugo de Azevedo em 1991 no
livro ‘O bom humor’;
9. Em 24 de março de 1975, o
pedreiro de 50 anos Alex Mitchell, de King’s Lynn, em Norfolk, na Inglaterra,
morreu de tanto rir enquanto assistia um episódio de seus programas de
televisão favoritos: “The Goodies”. Após vinte e cinco
minutos de riso incontrolável, ele caiu no sofá e morreu de insuficiência
cardíaca. Sua viúva, posteriormente, enviou uma carta para The Goodies por
fazer tão agradáveis os últimos momentos da vida de seu falecido esposo. A cena
letal foi nada menos que um escocês lutando contra uma linguiça gigante,
utilizando como arma a sua gaita de foles.
Sua neta, Lisa Cooke, chegou a
sofrer do mesmo mal do avô em 2012, mas se safou por ter sido socorrida a
tempo pelo marido. Segundo especialistas, o motivo para crises de riso mortais
na família é a ocorrência da “síndrome do QT longo”, um distúrbio genético
muitíssimo raro no qual o coração é propenso a experimentar longas pausas entre
batimentos cardíacos, especialmente após casos de excitação ou esforço. Após
esse incidente, o coração se volta ao normal depois de alguns batimentos, mas
em alguns casos (como este) a pessoa não é tão afortunada.
10. Em 1989, Ole Bentzen, um
audiologista dinamarquês, morreu de hilaridade fatal enquanto assistia “A
Fish Called Wanda” (Um peixe chamado Wanda). Seus batimentos chegaram
em 250 até 500 por minuto, antes dele sucumbir a uma parada cardíaca.
11. Em 2003, em Bangkok, um
motorista de caminhão de sorvetes na Tailândia, chamado Damnoen Saen-um, na
época com 52 anos, morreu rindo enquanto estava dormindo. Sua esposa foi
incapaz de acordá-lo, e ele parou de respirar após apenas dois minutos de risos,
informou o jornal The Nation. Acredita-se que sua morte tenha sido causada por
asfixia. A esposa dele tentou acordá-lo, mas ele continuou rindo. Uma autópsia
sugeriu que ele poderia ter tido um ataque cardíaco. “Eu nunca vi um caso como
este. Mas é possível que uma pessoa possa ter uma crise cardíaca enquanto ri ou
chora muito durante o sono”, disse o Dr. Somchai Chakrabhand,
vice-diretor-geral do Departamento de Saúde Mental.
12. O Massacre na sede do jornal
satírico francês Charlie Hebdo foi um atentado terrorista em 07 de janeiro de
2015, em Paris, resultando em doze pessoas mortas. O ataque foi perpetrado
pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, supostamente como forma de protesto contra
a edição Charia Hebdo, que ocasionou polêmica no mundo islâmico e foi recebida
como um insulto aos muçulmanos. O ódio extremo pelas caricaturas do Charlie
Hebdo, que fizeram piadas sobre líderes islâmicos, inclusive Maomé, é percebido
como a principal razão para este massacre.
Sejam estas histórias verdadeiras ou não (algumas com certeza o são), o
que torna essa morte possível, de acordo com os médicos, é o fato de que,
quando damos uma gargalhada, a dinâmica da respiração é alterada, caso ela
ocorra por longos períodos e se a pessoa não parar logo de rir e tomar um
fôlego, acarretando uma arritmia (descompasso dos batimentos cardíacos) e prejudicando
a oxigenação do sangue. O aumento da pressão no tórax, também causado por riso
intenso, pode diminuir a circulação de sangue e prejudicar quem tem
insuficiência cardíaca. Se a pressão aumentar no abdome, pode agravar hérnias
do esôfago ou outras da parede abdominal. Por fim, no crânio, pode haver
rompimento de algum aneurisma instalado em vasos sanguíneos, causando um AVC (acidente
vascular cerebral). Para algumas pessoas, uma risada descontrolada pode ser um
sintoma associado a início de infarto. Mas, aqui entre nós, a chance disso tudo
acontecer é extremamente baixa.
No entanto, mesmo que tenha havido algumas mortes ocasionais devido a
gargalhadas, a alegria é muito mais saudável do que prejudicial. Diversos
estudos afirmam que o riso produz efeitos benéficos sobre a saúde física,
incluindo a diminuição da secreção de cortisol (um hormônio do estresse) e o
aumento dos níveis sanguíneos de imunoglobulina A, um anticorpo que combate
infecções bacterianas e virais nas vias respiratórias superiores e nos tratamentos
gastrointestinais.
“Não há remédio
Pra ditadura
Nem pra corrupção
Nem pra censura
O que eles prometem todo dia
Não se cria, não se vê
Só que tem que tá ligado
Tá na cara, eles só querem
enriquecer
Não fale nada
Não faça nada
Não saiba nada
Não fale nada
Não faça nada
Não saiba
Não fale nada
Não faça nada
Não saiba nada
Não fale nada
Não faça nada
Não fale
Então a gente que se exploda
É sim, é sim, é sim
De morrer de rir
Quando se leva a sério
O que se passa por aqui”
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Referências:
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Compact Oxford English Dictionary.
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Who Died Laughing - Death - Book of Lists - Canongate Home (version archived by
the Internet Archive)