Oi pessoal risonho, tudo bem? Hoje tenho a alegria de compartilhar com
vocês uma matéria bem legal publicada no JGB (Jornal Grande Bahia) em 26/10/18
sobre o Documentário “VIVER DO RISO” apresentado pela gloriosa atriz e comediante
Ingrid Guimarães, que estreou neste último sábado (27/10/18) no canal VIVA.
Confiram na íntegra:
Neste sábado, Ingrid Guimarães estreia a série documental Viver do
Riso, no canal Viva, com produção da Producing Partners e direção dos premiados
diretores e documentaristas Tatiana Issa, Raphael Alvarez e Guto Barra. Ao
longo de dez episódios, exibidos aos
sábados, 19:15 horas, a atriz, roteirista e apresentadora descortina a
história da comédia no país, através de seus mais emblemáticos representantes,
de todas as gerações. Em conversas intimistas, mais de 90 artistas contam casos
de bastidores, revelam fatos e dão depoimentos francos sobre os efeitos do
humor em suas vidas e sobre a comédia no Brasil.
Em cada episódio, dividido em atos, Ingrid conversa sobre diferentes
temas com dezenas de convidados – ao todo foram mais de 90 entrevistas – e os
assuntos são ilustrados com imagens de arquivo de atuações antológicas de
comediantes como Chico Anysio, Jô Soares, Renato Aragão, Dercy Gonçalves,
Grande Otelo, Carlos Alberto de Nóbrega. “A série traça mais do que uma linha
do tempo, ou um retrato cronológico do humor, ela mostra as diversas variações
do gênero e como cada humorista encontrou seu caminho, ou foi encontrado por
ele. E um dos temas que mais me interessou nesse documentário foi o papel da
mulher na comédia”, diz Ingrid.
Na estreia de Viver do Riso, ela investiga a trajetória da mulher na
comédia e o longo caminho desbravado pelas atrizes comediantes no Brasil num
ambiente machista e misógino. E apresenta testemunhos contundentes, como o de
Maurício Sherman, que, antes de dirigir os humorísticos da TV Globo Faça Humor,
Não Faça Guerra, Chico City, Chico Anysio Show, Os Trapalhões e Zorra Total
durante 15 anos, comandou nos anos 50 e 60 diversos espetáculos do Teatro de
Revista. “Naquele tempo não era de bom tom nem as moças rirem, elas eram
criadas como virgens recatadas que não podiam nem gargalhar, riam com as bocas
fechadas. O palco nunca foi palco de mulher, nos tempos de Shakespeare os
homens é que faziam os papeis femininos.” Dercy Gonçalves (1907-2008) que o
diga. Disruptiva com sua irreverência num tempo em que a mulher era
completamente submissa, ela levantou a bandeira do empoderamento feminino desde
que surgiu em cena: “Sou de uma época em que o teatro no Brasil era considerado
prostituição. A mulher de teatro era puta. Puta fichada na polícia, de
carteirinha – eu tenho a minha até hoje”, dispara, em um de seus shows.
Marcius Melhem, comediante e roteirista, afirma que historicamente o
humor sempre esteve na mão dos homens. Isso explica o humor televisivo nos anos
70, 80 e 90, quando a mulher retratada era sempre a ‘boazuda’ ou a feiosa
engraçada. “No Zorra antigo eram 20 autores e só 2 mulheres. Quando a gente
assumiu o novo Zorra, havia uma diretriz acabar com isso. Agora são 20 autores,
sendo 7 mulheres. E temos dois redatores finais: um homem e uma mulher.”
Em 1988, o disruptivo programa TV Pirata ressignificou completamente o
conceito de programa humorístico, com um tom crítico que em nada lembrava a
comédia besteirol. E, como lembra Patricia Travassos, roteirista da série Armação
Ilimitada, antes disso a personagem Zelda Scott (Andréa Beltrão) também quebrou
paradigmas quando surgiu, em 1984: ela fugia do estereótipos do padrão feminino
de beleza: era intelectual, usava óculos e tirava onda com seus dois namorados,
os surfistas Lula (André de Biase) e Juba Kadu Moliteno). “Dizem que a Zelda é
meu alter ego”, diz Patricia.
Em Viver do Riso, os temas de cada programa ilustram as diversas formas
que fizeram o gênero alcançar o grande público e as múltiplas maneiras de fazer
humor. “Para o Viva, o projeto é uma homenagem a todos que fazem do riso o seu
ofício, e busca resgatar a história de um dos gêneros mais ricos e antigos do
país. É um belo registro, leve e informativo. Uma delícia de assistir”, comenta
Mariana Koehler, Diretora de Conteúdo do VIVA.
O segundo episódio vai discutir a força do humor feito em dupla,
sucesso desde os tempos de Oscarito e Grande Otelo. Uma ode a Chico Anísio e
sua genialidade em criar personagens reúne grandes nomes que trabalharam com o
humorista ao longo de sua vida e relembram toda sua contribuição ao gênero.
Autores como Silvio de Abreu e Miguel Falabella também são celebrados e falam
sobre o tom do texto humorístico, seus desafios e inspirações. A evolução para
o stand-up comedy e os novos humoristas, revelados através de canais na
internet, também são abordados e a discussão gira em torno de cases como o
fenômeno Whinderson Nunes e essa nova geração que usou a tecnologia a favor do
humor. Um programa também é exclusivamente dedicado aos Trapalhões, quarteto
que atravessou gerações com suas piadas atemporais e as diferenças que tornaram
o quarteto uma unanimidade. Entre as revelações, o eterno trapalhão fala sobre
o início de sua paixão pelo gênero: “Até eu ver o Oscarito no cinema, eu não
tinha nenhuma vontade de fazer nada de humor”.
O drible à censura também não fica de fora da série. Os criadores da TV
Pirata e do Casseta e Planeta falam sobre como conseguiram se estabelecer sem
perder o tom ácido de suas piadas. No mesmo programa, os limites do humor são
discutidos em um bate-papo com artistas mais polêmicos, como Rafinha Bastos. A
série embarca em uma viagem pela comédia brasileira aportando em cada estado,
mostrando as características e particularidades do humor regional, que revelou
nomes de sucesso como o cearense Tom Cavalcante e a pernambucana Fabiana Karla.
O humor de bordão de Jô Soares encerra a série, e, no mesmo episódio, veteranos
como Agildo Ribeiro (em uma de suas últimas entrevistas), Ary Toledo e Carlos
Alberto de Nóbrega discutem como é envelhecer no universo do riso.
Viver do Riso traz mais de 90 nomes responsáveis pelas gargalhadas que
embalaram as mais diversas gerações, desde a consolidação do gênero no país.
Homenagens, histórias, revelações e curiosidades do mundo do riso são reveladas
por aqueles que encontraram no humor o palco para suas vidas e levaram alegria
em tempos de riso ou mesmo em tempos sombrios de censura. “O riso atravessa
fronteiras. Viver do riso é uma forma de vida, um encontro. Eu diria que a
comédia é muito mais que um gênero, é um dom”, resume Ingrid.
Sinopse
Como é dedicar uma vida inteira ao ofício de fazer o público rir? O que
há por trás do humor brasileiro em suas tantas encarnações? Como funciona o
outro lado da indústria que hoje movimenta milhões de reais e lota os cinemas?
Viver do Riso é uma série documental que faz um retrato inédito da comédia do
país, mostrando novas faces dos grandes humoristas e relembrando personagens,
momentos e fases icônicas da TV e do teatro. Incluindo entrevistas conduzidas
por Ingrid Guimarães, o projeto investiga temas como as grandes duplas da
comédia, o papel da mulher no humor e a incorreção política na piada, entre
muitos outros, celebrando uma das características mais marcantes do showbiz
brasileiro. Dirigida pelos premiados diretores e documentaristas Tatiana Issa,
Raphael Alvarez e Guto Barra (Dzi Croquettes, Beyond Ipanema), a série conta
com participação de mais de 50 nomes da comédia brasileira. Uma coprodução do
Canal VIVA com a Producing Partners, responsável por séries de sucesso como
“Pedro Pelo Mundo (GNT), “Fora do Armário” (HBO), “Geografia da Arte” (Arte 1),
“Nelson 70” (Canal Brasil) e muitas outras.
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