Olá Pessoas risonhas e dançantes! Hoje compartilho com vocês iniciativa publicada em 03/mar/15 no Jornal do Comércio Online de Recife/PE sobre o Grupo de dança que criou performance sobre o riso. Confiram abaixo a matéria na íntegra:
Coletivo Lugar Comum estreia nesta terça-feira (3) a montagem Motim,
encenada em espaços públicos do Recife
O neurocientista cognitivo norte-americano Scott Weems, autor do livro
Há! – A ciência de quando rimos e por que, afirma que o riso é o ápice da
batalha entre tensão e emoção, o momento exato de quando não conseguimos
solucionar essa confusão. Esse riso, como uma ação política, um ato de protesto
e de rebeldia, é justamente o tema que norteia a nova montagem coreográfica do
Coletivo Lugar Comum que estreia hoje, às 17h, no Pátio do Carmo, em frente à
Igreja de Nossa Senhora do Carmo, bairro de Santo Antônio.
Motim tem concepção e dramaturgia da bailarina e professora de Dança da
UFPE Roberta Ramos, para quem a ideia no trabalho, a priori, é descobrir o
corpo do riso, do estado do riso, que historicamente foi colocado no lugar
pejorativo. “A ideia é trazer à tona esse corpo a partir do riso e da
perspectiva política dos rios”, explica a bailarina Liana Gesteira, integrante
do elenco e do Coletivo. “O foco é um corpo que não é objetivo, que está
inserido no dia a dia; o que propõe outras vivências”, completa.
A montagem é fruto de uma pesquisa iniciada há cerca de um ano, erguida
a partir de oficinas, laboratórios e treinamentos. Entre as oficinas um
destaque para o trabalho desenvolvido pelo ator e palhaço pernambucano, Arilson
Lopes, na oficina Corpo Cômico e a oficina “Riso/Cômico/Humor”, com Joice
Aglae, fundadora da Cia. Buffa de Teatro (Bahia) e cofundadora da companhia de
teatro Bottega Buffa CircoVacanti, em Trento (Itália). Com Joice, os dez
bailarinos do elenco de Motim puderam experimentar relações múltiplas com o
teatro, mímica, balé, dança folclórica, artes brasileiras de circo, figurino,
maquiagem, arte da palhaçada, a arte do palhaço e Commedia Dell'Arte.
“O trabalho é coletivo, criado colaborativamente. A concepção é de
Roberta, com provações e discussão”, diz Liana Gesteira. “Iniciamos o
laboratório como pesquisa do riso no corpo, mapeando lugares e espaços que
gostariam de levar essa montagem. Percorremos sete ou oito trajetos. E
decidimos por quatro lugares.”
O riso, na montagem, pauta o olhar do Coletivo Lugar Comum para um viés
político e também de pertencimento. Liana Gesteira conta que a opção de criar
um trabalho voltado para a performance na rua é para despertar na sociedade uma
dar um novo significado ao espaço público. “Decidimos fazer o trabalho de rua
por que as pessoas estão sempre usando o espaço público como lugar de passagem
e não mais como lugar de vivência, de viver em sociedade”, diz Liana Gesteira.
Além do Pátio do Carmo, a montagem é apresentada em outro lugares do Recife: amanhã,,
na rua do Hospício, na Boa Vista; quinta, na Praça da Várzea, Zona Oeste; e na
sexta, na Estação do Metrô de Afogados. Sempre às 17h. A temporada continua nas
duas semanas seguintes, de 10 a 13 e de 17 a 20 de março, com apresentações
sempre nas terças, quartas, quintas e sextas-feiras, seguindo a mesma ordem dos
locais.
O projeto é uma pesquisa patrocinada pelo Funcultura. Em cena estão os
performers-criadores do Coletivo Lugar Comum: Roberta Ramos, Silvia Góes, Liana
Gesteira, Maria Agrelli, Conrado Falbo e Cyro Morais; além das convidadas Drica
Ayub, Gabriela Santana, Iara Sales e Letícia Damasceno. Eles riem sem parar
diante dos transeuntes que caminham pelas vias onde estarão encenando.
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