Você já se perguntou:
O que você gosta de fazer? Qual o seu talento natural?
Perguntas simples, mas tão difíceis de serem respondidas…
Por quê? Talvez por termos sido criados em um mundo onde o correto é viver no
“convencional” — o “menos arriscado” é o caminho certo. Acreditamos por muito
tempo que ser feliz e trabalhar não eram verbos que podiam estar na mesma
frase.
Mas o que é felicidade? Quando você está feliz?
Para mim, felicidade é fazer algo que dê prazer. Algo que
faça esquecer do tempo e não se veja o tempo passar. É mergulhar em algo ou
algum assunto sem vontade de ir embora.
Talvez alguns possam pensar algo assim:
Quando como chocolate fico feliz.
Mas daí vem outra reflexão: quanto tempo dura o prazer de um
chocolate? E de fazer algo que você realmente ama?
Como profissional da área de Recursos Humanos nos últimos
dez anos e grande interessada sobre o tema “felicidade no trabalho”, discuto
com muitas pessoas e venho pesquisando sobre a percepção do ser humano sobre o
tema.
O que tenho percebido é que, muitas vezes, este assunto gera
certa angústia nas pessoas. Fomos educados por nossos pais a nos dedicarmos ao
trabalho, buscarmos sucesso profissional, ganharmos dinheiro. Poucas as pessoas
que, em casa, na escola ou na faculdade, tratavam da ideia de conciliar
trabalho, remuneração e felicidade.
Outro dia me questionaram:
“Será que ser feliz não é jogar tudo pra cima e ir vender
sanduíche na praia?”
Talvez sim, talvez não. Depende das respostas às outras
perguntas.
Particularmente, acho que não é preciso jogar tudo para cima
para ser feliz no trabalho, mas é necessário saber o que se ama e poder usar
este dom no cotidiano, ou seja, também no trabalho. Parece meio fantasioso e
sonhador, não? Então vamos trabalhar com um caso real.
Outro dia, durante uma entrevista com um candidato,
aparentemente bem estruturado em sua carreira, formado e atuando em Marketing,
em uma empresa de alimentos, fiz a mesma pergunta:
“Com o que você trabalharia, se dinheiro não fosse algo importante
na sua vida?”
Sem pensar um segundo, ele respondeu:
“Animais! Amo animais. Um dia vou trabalhar só com isso.”
Continuamos a entrevista, mas fiquei com esta reflexão, que
agora compartilho com vocês: será que esta pessoa entrou em contato com este
amor? Será que não daria para aproximar trabalho e paixão, e tentar uma
oportunidade em uma empresa relacionada a animais (por exemplo, uma empresa que
faz rações)? Assim ele poderia estar mais perto do que ama!
Os céticos perguntariam: “mas por que gastar energia
pensando em fazer algo que amo, e não escolher uma empresa, fazer a minha parte
no trabalho e ir embora ser feliz nas outras horas que me restam, fora do
escritório?” Porque quando gostamos de algo, estudamos, pesquisamos, temos
várias ideias.
É preciso saber o que se ama
Muitas vezes me deparo com candidatos que colocam no
objetivo profissional de seu currículo:
“À disposição da empresa.”
Sempre me questiono: como eu vou saber o que você gosta de
fazer ou no que você é bom? Mais: por que deixar para o outro analisar e
decidir onde nos encaixamos? Alguns podem pensar: “oras, você é de Recursos
Humanos!; você deve ter a resposta.” Mas eu te asseguro que nós não temos.
Eu acredito que a resposta está dentro de cada um de nós.
Basta fazer as perguntas certas. Por isso, convido todos a uma reflexão em três
etapas:
1. Quais são as três coisas que você mais gosta de fazer?
(Pode ser em casa ou no trabalho.)
É um esporte? Um tipo de comida? Algo cultural? São
animaizinhos? Identificar suas paixões, ou seja, aquilo que te deixa feliz é o
primeiro passo.
2. Quais são os seus três maiores talentos?
Aquilo que você sabe que é bom, pode ser qualquer coisa,
desde assoviar, mexer com números, fazer comida, organizar papéis etc.
3. No seu atual trabalho (ou no que você está buscando) você
está priorizando o que você gosta ou o que você faz muito bem?
Se não está, te convido a refletir e se permitir visualizar
como seria trabalhar com as três coisas que você mais gosta e usando os seus
três maiores talentos. Talvez você possa se deparar com uma primeira reflexão
sobre seu real objetivo profissional e de vida.
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