sexta-feira, 8 de abril de 2011

Doutor Risadinha apóia a formação de Clowns

Pessoal do Riso! Encontrei este artigo num site de Portugal. Ele foi escrito e postado hoje (8/abril) pela Natália Pinto (www.expresso.pt), com o título "E o palhaço sou eu?", tratando do trabalho de José Sebastião na formação de Clowns. Achei muito legal"! Confiram:


Acha que tem problemas? Coloque um nariz de palhaço, olhe-se ao espelho e pense outra vez. Rir-se de si próprio e não levar a vida tão a sério é o que propõe um curso de "clown".

São momentos complicados, como o desemprego, o divórcio ou a manifesta falta de dinheiro, que nos fazem perder a capacidade de rir. E, quando a vida precisa de uma reviravolta, o humor pode ser o melhor aliado. Clown é uma técnica que pretende ensinar-nos a rir de nós próprios e que promete ajudar nessa reviravolta.

Esta técnica aplica-se em workshops de desenvolvimento pessoal que o podem colocar em contacto com o seu lado mais ridículo. José Sebastião, orientador de uma dessas formações, a que assistimos, esclarece: "É um curso muito associado à idéia de mudança e renovação, sobretudo para quem anda frustrado com o trabalho ou o relacionamento. O palhaço que há dentro de si acaba por brincar com esse desconforto. E o curso promete deixá-lo com a confiança fortalecida e levá-lo a dizer: 'Não estou para continuar a viver insatisfeito'."

O workshop dirige-se a todos os perfis e idades e propõe-se acabar com obstáculos como a timidez, a vergonha e o medo de enfrentar uma platéia, através da aplicação da técnica de clown, graças à qual o aluno se liberta de preconceitos e inibições que se foram enraizando em si ao longo da vida.

A formação não é artística, por isso não tenha medo, pois não terá de dar espetáculo ou fazer um número de circo após realizar o curso. Além disso, a técnica de clown e a do palhaço do circo tradicional são coisas distintas. "Ao contrário do palhaço, o clown preocupa-se mais em rir-se de si próprio do que em fazer rir os outros. O clown expõe as suas fragilidades e receios e partilha o desconforto com o público, é um trabalho muito terapêutico", explica Sebastião, que começou a dar formação de clown em 2005, após a realização de um curso sobre a técnica com o espanhol Alex Navarro, ex-palhaço do Cirque du Soleil.

Sebastião assegura que as desgraças e as derrotas assumem uma faceta diferente se as encararmos com novos olhos e um novo nariz. "O palhaço consegue obter sucesso através do fracasso. Ele vive cada experiência como uma coisa única, nova e vibrante. Aquilo que para nós é um problema que não conseguimos resolver é para o palhaço apenas mais uma experiência com a qual ele tenta brincar", observa Sebastião, que todas as semanas acrescenta uma bata branca à sua ensemble de palhaço e vai "dar consultas" a crianças internadas no Hospital da Luz, em Lisboa, com a equipa do projeto solidário Curativos de Humor.

Expor-se ao ridículo

O curso de clown sugere que as pessoas abandonem a sua zona de conforto e se exponham a registros ridículos e vulneráveis. José não quer revelar muito - afinal, assegura que parte do sucesso do curso deve-se ao fator surpresa e ao improviso -, mas, ainda assim, deixou-nos assistir ao início de uma aula do nível 2 do curso.

No exercício que testemunhamos nesta aula, os alunos foram encorajados a dançar ao mesmo tempo que expressaram um determinado tipo de emoções: a loucura, o riso, a depressão, o aborrecimento, a sensualidade, a irritação, etc. É notável uma grande descompressão na postura. A mensagem que se pretende alcançar é: "Não interessa como é que os outros me estão a ver, o importante é que me estou a divertir comigo mesmo."

Teresa Monteiro, 48 anos, professora de profissão e aluna desta formação no nível 1 e agora no nível 2, conta que se inscreveu com o intuito de se libertar da pressão do dia a dia e, ao mesmo tempo, aprender técnicas para tornar as suas aulas mais motivadoras. "Cresci, aprendi a aceitar-me e a dar menos importância ao que vejo do outro lado do espelho", conta. E dá um exemplo de como já aplicou a técnica de clown: "Numa reunião de departamento, coloquei umas hastes de veado na cabeça e despachei os assuntos formais. Coloquei o meu nariz de palhaço e distribuí mais narizes pelos meus colegas, coloquei música e, com o auxílio de um piaçaba, dei-lhes indicação para me imitarem. Foram 20 minutos de libertação. Acabamos a dançar." E o ambiente de trabalho melhorou, afiança.

Também João Cunha, 35 anos, fez o curso e diz que "é como se tivesse adquirido um novo filtro para ver a vida. Descobrir que as respostas estão sempre em nós e não nos outros muda a vida de qualquer um". João é comediante stand-up e considera que esta técnica é uma mais-valia para o seu trabalho.

Sebastião, conhecido como "Mestre Palhaço", conclui que "o humor e o riso são formas de as pessoas se perdoarem e libertarem". Afinal, como disse o escritor Oscar Wilde, a vida é demasiado importante para ser levada a sério.
http://aeiou.expresso.pt/e-o-palhaco-sou-eu=f642646

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